sábado, 7 de julho de 2007


"ALGUMAS VEZES, SINTO SAUDADES DE MIM MESMO!"


É verdade, "Algumas vezes, sinto saudade de mim mesmo!". Ainda pouco, depois de um dia cheio de momentos antagónicos, me peguei pensando como eu era, antes de todos me dizerem como eu mesmo devo ser, pra parece eu (complicado isso)! Mas é a realidade! O eu que sou eu, odeia papos vazios e sem nexos; já o eu de todos, é o cara simpático que sorri de lado e acha tudo agradabilíssimo, mas na verdade esse não sou eu, este é outro eu de mim, que não sou eu! O eu, eu de verdade, se irrita por muito pouco, por menor que seja a coisa, se estressa, se irrita, acha muita coisa um saco e sem graça, mas o eu de todos, é aquele que continua dando sorrisinhos e fazendo cara de quem está gostando! Mas, na realidade, quem é o eu eu, o eu que acho que sou ou o eu que imagino ser! Complexo mas real, real no fundamentalismo das relações humanas, de sobrevivência regimental, pacifica e agradável do das "pessoas civilizadas".


Saudade, até que é um sentimento razoável, quando se tem algo ou alguém que você sente falta por certa distancia, um desleixo qualquer, uma eventualidade do destino ou coisa assim. Saudade é ruim quando, se tem noção de que por causa de terceiros, quartos ou sei lá quantos; você esquece de fazer o que seria bom pra você e passa a se afastar das coisas e/ou pessoas que gosta, por causa dos outros! Um poeta certo feita, dizia e diz que por estar muito feliz, acordou “... com uma vontade danada de mandar flores ao delegado; de bater na porta do vizinho e desejar bom dia; de beijar o português da padaria...", sinto ainda vontades que parecem tão loucas quanto essas, mas o eu de hoje, é diferente daquele do qual sinto saudades, que provavelmente faria o que quisesse, e não o que todos esperam que ele o faça. Ou quem sabe, quisesse eu contradizer o apostolo Paulo, quando diz que "... Quando era menino, falava como menino pensava como menino, raciocinava como menino. Mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino"; eu queria mesmo era continuar sendo como menino, que quando chegasse à casa de alguém e a comida tivesse ruim, eu pudesse dizer, "esse arroz tá horroroso, uma papa terrível!!", mas como disse o apostolo, logo que me tornei homem (quem sabe até um pouco antes), tive que deixar as coisas de menino. E estuprando a seqüência do texto de Paulo e pedindo licença aos fundamentalistas, posso dizer que... “Agora me vejo em um espelho côncavo, e ainda obscuro... mas ainda hei de me ver face a face. Agora, acho que não me conheço nem em partes, mas creio que ainda me reconhecerei, assim como o meu eu ‘eu’, que, neste dia também me reconhecerá!”. Aí sim, há de haver, uma festa na minha mísera tricotomia!


Um forte abraço,

do meu "EU" real!!..


Elio Alves